quarta-feira, 25 de novembro de 2009

As réstias da colônia.

Em pleno século XXI a terra lusitana nos arranca uma das poucas riquezas que nos resta.
E a colônia fica com a saudade.

Como diria chico, em uma exatidão ímpar, uma fisgada no membro perdido
E hoje a fisgada veio mais forte que outros dias.
Saudade da risada desmedida, dos olhos fechados, sons de sanfona e guitarra portuguesa
saudade da impulsão atleta e do sábio equilíbrio.

Resta a saudade, a irmandade de memórias carregadas nas entranhas, de aventuras e desventuras
Resta o cafofo abandonado e o cheiro de novo do batemóvel,
João Pedro e duplas sertenajas.
Vê-lo subir a serra nas quintas-feiras.

Resta esse laço mágico que a herança colonial não deixa romper
nem com largos mares nem longos fados.

Se trago a alegria incompleta,
É que há distância.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um boa noite pesado de significados nesse 913º dia.

Na noite daquele 18 de Maio, ninguém acreditava na materialidade daquelas decisões.
Ela gosta do samba, ele do rock; ele dos números, ela da vida; ele da música, ela poesia.
Nos perdemos em algum desses novecentos e treze dias.
Corpos que se fundiram, pulsando num só: encontramos uma possibilidade de amor. (aquele amor dos contos de fada que só se sente uma vez na vida).
Talvez vocês, casais em dupla, não tenham encontrado o amor-fada, amor-conto, amor-ponto.
Nosso monocasal se formou sem data de nascimento mas cresce forte - há em mim tudo que é teu - sem previsão de final feliz



Fiquei olhando pra ele e pensando nisso a noite inteira, deitada na presença dele com a minha perna esquerda por cima da perna direita dele (como fazemos há dois anos e meio), e sei que algum dia nossa única possibilidade de amor se materializou monocasalmente. Ganhamos preenchimento de almas e sorrisos.

(pensei sorrindo: carregas em ti tudo que me basta)

- Boa noite.
- Dorme bem, preto.