quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

(Ele tem um ar ríspido e independente de quem não se preocupa com romantismos e "amorismos". E como ele consegue fazer com que eu ame seus defeitos numa eterna dialética de ódio-admiração! Ele pode o que ninguém pode; ele é tudo e é também o que ninguém é.)

Te amo e te digo e repito todos os dias em gestos e palavras cheios de chatices melosas e "bom-dias" açucarados... porque acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém como você existe em mim. 
 

quinta-feira, 17 de março de 2011

aM(AR)

---eu,
-----mAR
----------TU, AR
-----------amar, TU
-----MAR
-----------I
------------ar
-------amar
--------i
----------ANA

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Quando me atei

Chegaste,
pensei que já conhecia o amor.
Vieste, desconstruindo minhas linhas de certezas,
desatando os nós.
Doei-me, sem laços.
Amarraste o meu sorriso no teu.
Teci teus pensamentos nos meus.
Bordaste tua presença estampando meus dias.
Adicionaste.
Incorporaste o meu tu e o teu eu.
Abotoaste o 'nós',  apertaste o nó. 
Me construíste, nos costuraste.
Da vida minha, o amor.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

As réstias da colônia.

Em pleno século XXI a terra lusitana nos arranca uma das poucas riquezas que nos resta.
E a colônia fica com a saudade.

Como diria chico, em uma exatidão ímpar, uma fisgada no membro perdido
E hoje a fisgada veio mais forte que outros dias.
Saudade da risada desmedida, dos olhos fechados, sons de sanfona e guitarra portuguesa
saudade da impulsão atleta e do sábio equilíbrio.

Resta a saudade, a irmandade de memórias carregadas nas entranhas, de aventuras e desventuras
Resta o cafofo abandonado e o cheiro de novo do batemóvel,
João Pedro e duplas sertenajas.
Vê-lo subir a serra nas quintas-feiras.

Resta esse laço mágico que a herança colonial não deixa romper
nem com largos mares nem longos fados.

Se trago a alegria incompleta,
É que há distância.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um boa noite pesado de significados nesse 913º dia.

Na noite daquele 18 de Maio, ninguém acreditava na materialidade daquelas decisões.
Ela gosta do samba, ele do rock; ele dos números, ela da vida; ele da música, ela poesia.
Nos perdemos em algum desses novecentos e treze dias.
Corpos que se fundiram, pulsando num só: encontramos uma possibilidade de amor. (aquele amor dos contos de fada que só se sente uma vez na vida).
Talvez vocês, casais em dupla, não tenham encontrado o amor-fada, amor-conto, amor-ponto.
Nosso monocasal se formou sem data de nascimento mas cresce forte - há em mim tudo que é teu - sem previsão de final feliz



Fiquei olhando pra ele e pensando nisso a noite inteira, deitada na presença dele com a minha perna esquerda por cima da perna direita dele (como fazemos há dois anos e meio), e sei que algum dia nossa única possibilidade de amor se materializou monocasalmente. Ganhamos preenchimento de almas e sorrisos.

(pensei sorrindo: carregas em ti tudo que me basta)

- Boa noite.
- Dorme bem, preto.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Uma inspiração para as novelas de Manoel Carlos

- Já te conhecia de algum lugar
- É, a gente ja dividiu colchão em outras vidas
- Mas como ter uma essência tão parecida?
- Gêmeos?
- Acho que não, gêmeo sempre se opõe de alguma forma e a gente só se complementa, integra, soma.
- Seria então caso de parentesco colateral?
- Não, colateral seria um eufemismo pra tudo isso...
- Eu não esperava mais uma irmã
- Eu esperava

E pararam um pouco nas esquinas daquela cidade fria e acolhedora pensando o quão já se conheciam e se tinham, uma dentro da outra.

- Olha, esse trailer tem teu nome, tira uma foto.

E você há em mim no que sou de mais essencial, pensou a outra em resposta, sem nada dizer.

Não conseguiram dar nome às emoções nem aos laços mas a única certeza que tinham é que eles existiam fortes, de corpo, de alma, de ego e coração.
Talvez fossem muito humanas pra dar nome às emoções mas eram suficientemente irmãs para entendê-las.
Continuaram andando sem nada dizer, completas, explodindo de encantamento pelo reecontro, agora elas eram, serão, são.

Seguiram....
duas meninas caminhando em passadas idênticas e procurando a próxima hamburguesa da rua.

terça-feira, 5 de maio de 2009


... relação anormal e ostensiva de necessidade vital e doação completa, de sentir sem tocar, escutar sem  ouvir, enxergar sem ver. Já precisava dele mesmo sem conhecê-lo e já o tinha dentro de mim desde que nasci ("viviele": eleu, euele, elela, elenós). Que possamos "ser-nos", sempre.